Centro de Documentação do Jornalismo de Imperatriz

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A trajetória multifacetada de Josafá Ramalho

notícia Josafá Ramalho tem vasta experiência na mídia imperatrizense. Na ativa desde 1985, já trabalhou em rádios, emissoras de TV e assessorias de comunicação. Confira a entrevista de Margaret Valente.

JOIMP: Como foi que começou na área de jornalismo?

Josafá Ramalho - Ainda criança em São Domingos (MA), havia em mim a vocação para o rádio. Era comum brincar com um cordão amarrado a um sabugo de milho como se fosse o microfone. Eu era locutor de rádio, embora nunca conhecesse uma rádio. Ouvia todos os dias a Rádio Nacional de Brasília e me inspirava no Titio Gilvan Chaves, Edelson Moura e etc. Nas minhas brincadeiras de rádio nenhum dos meus irmãos ou colegas da vizinhança queria brincar. Cheguei a Imperatriz em 1983 com meus pais, e em 1985 conheci no colégio Nascimento de Morais o repórter Raimundo Neto, da Rádio Imperatriz.

JOIMP: Você trabalhou em outras áreas, além do Jornalismo?

JR: Até os 16 anos de idade trabalhei com a família produzindo cordas de agave (sisal). Quando criança vendia picolé na zona rural de São Domingos. Na madrugada de cada domingo saía de casa, ia à sorveteria, pegava 350 picolés em uma grande caixa de isopor e viajava para o interior, onde não havia energia. Em Imperatriz trabalhei em gráfica, fui cobrador e zelador de uma loja de material de construção, gerente de outra loja e fui representante comercial. As atividades desenvolvidas em Imperatriz fora da área do Jornalismo todas foram de curta duração.

JOIMP: Como surgiu a possibilidade de trabalhar no jornal Capital?

JR: Eu Já trabalhava na Rádio Capital AM que fazia parte do Sistema Tucanu’s de Comunicação (Rádio Capital AM, Jornal Capital e TV Capital), quando foi anunciada a chegada de um novo diretor de Jornalismo do Sistema. Era Frederico Luis. Após conhecer o trabalho que desenvolvia na Rádio onde eu era o diretor de Jornalismo, ele me convidou para colaborar no Jornal Capital. Lá eu produzi a coluna Análise Crítica e escrevia duas páginas do jornal.

JOIMP: Como era o processo de produção das notícias nesse impresso?

JR: Como tínhamos estrutura pequena, apenas um telefone fixo e não havia carro para as equipes, cada jornalista cuidava do seu material antes mesmo de chegar à redação. Todos já traziam as informações, checadas as fontes e feito contato com seus entrevistados.

JOIMP: Quais as mudanças que o jornal passou quanto à proposta editorial e sua equipe?

JR: Embora tivesse uma linha editoria definida pelo superintendente Conor Farias, tanto Frederico Luiz quanto nós, nos preocupamos em fazer do jornal um espaço mais aberto para os movimentos sociais e, portanto, para um jornalismo mais comunitário.

JOIMP: O jornal mantinha o vínculo com os governos?

JR: O jornal Capital mantinha relações comerciais com o Governo Estadual, prefeituras e Câmaras, para a divulgação de editais e etc. O que ainda é comum nos dias atuais.

JOIMP: Quais as coberturas mais importantes feitas pelo Jornal no período em que trabalhou lá?

JR: Os carnavais daquela época, eleições e o início do plantio do eucalipto na região foram fatos marcantes. Naquela época o Jornal Capital já denunciava o que seria no futuro os impactos ambientais provocados pela instalação de uma fábrica de papel e celulose em Imperatriz.

JOIMP: Qual foi o legado do Jornal Capital para a cidade?

JR: Além de documentar fatos históricos importantes, o jornal foi também uma escola para muitos profissionais e um espaço através do qual as notícias da comunidade se faziam ecoar.

JOIMP: Depois do jornal, em quais outros veículos trabalhou?

JR: Passei pela TV Capital, TV Band, Rádio Mirante AM e FM, TV Mirante, assessorias de comunicação das Prefeituras de Imperatriz, João Lisboa e Itaguatins, além da TV Anajás, TV Difusora e a assessoria de Comunicação da Diocese de Imperatriz, assessorias do Governo do Estado do Maranhão e do Comitê Central Pró-criação do Estado do Maranhão do Sul.

JOIMP: Qual a sua opinião sobre o Jornalismo atual?

JR: Fazer Jornalismo atualmente é mergulhar em um “mar” de informações que inundam a cada minuto nossas redes sociais e chegam a uma velocidade e volume gigantescos, no entanto, isso exige maior atenção dos profissionais na escolha daquilo que será pautado, na hora de checar a veracidade dos fatos e a fonte. Cometer “barrigada” (erro no linguagem dos profissionais da área jornalística) hoje é muito mais fácil do que no passado.

Foto: Edmara Silva

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Autore(s): POR MARGARET VALENTE.