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“O jornalismo transforma a sociedade como um todo”, ressalta Janaína Amorim

notícia A jornalista Janaína Lopes Amorim, 26, ressalta nesta entrevista as lições que aprendeu ao ingressar na Universidade Federal do Maranhão. É a quarta entrevistada pela série Jornalistas Sim.

Texto e foto: Keila Gadelha

“A UFMA mudou muito a minha vida, ela foi decisiva na minha trajetória e não só a minha como a de toda a minha família, porque eu sou a primeira pessoa formada de toda a minha família”, afirma Janaína Amorim. Atualmente Janaína está cursando Mestrado em Comunicação no Campus Imperatriz e pesquisa questões relativas ao gênero. Ela lembra das dificuldades que enfrentou no início da graduação e menciona o sacrifício dos pais que lhe ajudaram desde o início. “Meus pais são minha fonte de inspiração, pois mesmo não tendo muito, eles faziam o possível para me manter estudando. Eu agradeço muito a eles e todo sacrífico que eu fiz se deve ao sacrífico que já fizeram por mim”, ressalta emocionada.

1 - Por que você escolheu o Curso de Jornalismo?

Janaína Amorim - Eu sempre admirei muito a profissão do jornalista, inclusive quando eu era estudante do ensino médio eu participava do grêmio estudantil e a gente elaborou um projeto pra implantar uma rádio na escola para dá informes, tocar músicas etc. Foi bastante legal e funcionou durante um tempo. Esse foi o meu primeiro contato mesmo sendo de forma bem empírica, amadora mas foi esse o meu primeiro contato. 

2 - Como foi se deparar com o mercado de trabalho?

JA - Assim que entrei na faculdade, logo no segundo período, eu já comecei a trabalhar, então foi muito cedo e muito difícil no início, mas também foi de muito aprendizado. Eu aprendi muito porque a academia te dá um norte e isso foi o que me ajudou porque eu aprendi na teoria e desenvolvia na prática ao mesmo tempo, então isso foi bastante legal. Quando eu me formei mesmo foi bem impactante, principalmente em relação ao salário, que era bastante precário. Foi por esse motivo que decidi fazer o curso de Letras porque eu precisava trabalhar e me manter. Foi a época que me desiludir com o Jornalismo, mas eu sabia que a minha vocação era essa. Depois, eu comecei a trabalhar na área.

3 - Como foi pra você conseguir enfrentar as dificuldades no decorrer em meio a tantas mudanças?

JA - Eu tive ajuda dos mais pais primeiramente e tentava sempre me manter atualizada. Eu acho que devemos acompanhar as mudanças e nos adaptar a elas, porque as coisas mudam com o tempo, se atualizam. Eu procurava me manter sempre a par de tudo, mesmo que em algumas coisas eu tive bastante dificuldade, mas acabava dando tudo certo.

4 - Quais as características dos veículos que você trabalha ou já trabalhou? 

JA - Quando eu comecei a trabalhar na Canal (empresa de comunicação), ela era uma das maiores empresa de comunicação de Imperatriz e eu acho que até hoje é. Então, eu aprendi muita coisa, apesar de ser estagiária, eu passei por vários setores que um profissional com bastante experiência passaria. Eu fiz monitoramento de mídia, depois fiz assessoria, entre outras. Depois, fui trabalhar em veículos menores, em impressos e em muitas redações. Muitas vezes desenvolvia diversas funções e coisas que não entra na área do Jornalismo. Depois, eu fui trabalhar em uma empresa onde eu desenvolvia apenas o meu trabalho na parte da assessoria, então ficou bem melhor depois de tudo o que passei, mas ficou como aprendizado e experiência.

5 - Para você qual é o papel do jornalista para a sociedade?

JA - Eu acho que o jornalista hoje ele tem um papel fundamental para o desenvolvimento da democracia, porque eu acredito que, sem informação, o cidadão não tem como exercer plenamente o seu direito de cidadão, seus deveres de cidadão, então sem informação não há democracia e sem jornalista, que é o mediador da informação, acho que a democracia é inviável.

6 - Você já se emocionou ou se comoveu com alguma história que você acompanhou na sua rotina de trabalho?

JA - Eu fiz um trabalho sobre uma mulher que era deficiente física e ela ali contando a sua história e eu tive que me segurar porque era uma história de superação e de bastante luta. E teve outro trabalho, eu era voluntária em um cerimonial de evento e nesse trabalho a gente iria contar histórias de várias mulheres que eram militantes e eu fui contar a história de uma mulher chamada Querubina, que ela é uma das fundadoras da Vila Conceição, que é um assentamento que tem aqui. E nessa eu não consegui me segurar, ela falando e eu chorando junto e, quando eu fui apresentar a história dela, eu não consegui, precisou uma pessoa ler para mim. Eu acho que o Jornalismo também é isso, você se emocionar é você sentir as boas histórias e passar essa emoção para o seu leitor, para o seu público.

7 – Como o jornalismo pode se transformar para atender melhor as necessidades das novas gerações?

JA - Eu acho que o Jornalismo transforma as gerações não só atuais, mas todas as gerações, toda a sociedade de várias formas, tratando notícia de forma responsável e dando voz a pautas e assuntos que, muitas vezes, não são debatidos em outras esferas ou até mesmo no Jornalismo. Eu acho que o lance de um grande jornalista é dar voz aos silenciados.

8 – O que mudou pra você depois que ingressou na UFMA?

JA - A UFMA mudou muito a minha vida, foi decisiva na minha trajetória e, não só a minha, como a de toda a minha família, porque eu sou a primeira pessoa formada de toda a minha família. Então, o que eu vejo hoje é que isso acaba sendo um espelho para os meus sobrinhos e muitos dos meus parentes que também têm o sonho de entrar em uma universidade. Além disso, tem a questão pessoal. Quando entrei na UFMA, eu era uma pessoa muito crua, conservadora, era evangélica e, depois da UFMA, eu sou uma pessoa mais livre e ajudou muito a minha formação, do senso crítico, que é fundamental e que antes eu não tinha.

* Atividade da disciplina História do Jornalismo (2019.1), do Curso de Jornalismo da UFMA Imperatriz. Edição: Roseane Arcanjo Pinheiro
 

 

 

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